sexta-feira, julho 28, 2006

Aguarde por favor!

As coisas estão, certamente ao contrário… cada dia há mais coisas/pessoas/situações neste país que me levam a acreditar que o povo português é um povo sui geniris, sem comparação possível!

Hoje telefonaram-me para o trabalho e mandaram-me aguardar porque se tratava de uma chamada do Porto (há que imaginar uma senhora a dizê-lo com uma voz comprometida!). Isto, por si só, já me parece estranho… não estamos nós na era dos telemóveis e das telecomunicações, em que telefonar do Porto é tão natural como de Lisboa ou Bardalhais de Samouco?

Bem, mas o que é certo é que eu esperei e esperei até que comecei a reflectir no ridículo de toda a situação. Nunca pensei que se pudessem dar ao trabalho de telefonar para o trabalho de alguém a pedir que ‘aguarde’ sem qualquer outra explicação.

Aguardar o quê? Por quem? E aliás, se eu evito esperas por que raios me hão-de telefonar a pedir para esperar sem motivo nenhum?! O que me oferecem em contrapartida por esperar… é que quem está a pagar esse meu tempo são os meus patrões! Se alguém tivesse esse direito de mal gastar o meu tempo seriam eles já que é a eles que vendo essas horas do meu dia!

Até que atende uma senhora, que interrompe bruscamente aquela música horrível e me diz num tom de quem está a achar completamente imprópria a hora daquele telefonema: ‘olhe, vai ter que aguardar mais um bocadinho está bem?!’ Com tom de chateada, a dar-me a conhecer o seu desagrado por eu estar a ser inoportuna (devo lembrar que fui eu a que recebeu a chamada). Eu aguardei e lá atendeu um senhor que queria realmente solicitar um serviço… mas isto leva-me a perguntar:

Não seria melhor telefonar, seja para onde for, quando tivermos tempo para o fazer?

(Outra questão, a 1ª voz que advertiu do telefonema longínquo não era a mesma voz que me deu a entender que eu estaria a incomodar... no meio desta crise toda digam-me quem é o Sr. que tem duas funcionárias a fazer chamadas deste tipo?)

sábado, julho 22, 2006

Beja...

É aquela cidade pequena onde tudo é pequeno e onde qualquer sinal mais óbvio de uma certa grandeza interior provoca logo olhares estranhos e sussurros maliciosos.

É aquela cidade que quer muito crescer mas que não pensa que isso pode estar no crescimento de cada um e sim em investimentos exteriores que raramente chegam ou, se chegam rapidamente desaparecem. Como é o caso de uma loja mais original ou de um projecto mais arrojado.

É aquela cidade que quer muito que os seus jovens voltem, mas que quando voltam não têm muitas saídas na sua área… e mais grave ainda…

É aquela cidade que, quando esses jovens voltam, e não encontram na área, procuram em áreas alternativas que podem ter o seu interesse, a cidade acolhe com o dedo apontado. Não reconhece o valor daqueles que voltam e querem ficar mesmo abdicando do sonho liceal. Comentam com desdém e com a sobrancelha franzida a nova escolha. Seria melhor então, não ter voltado ou não fazer nada? Seria mais digno ficar sem fazer nada? Entupir o centro de emprego por ser fiel à minha área?

A mim não me parece estranho que uma pessoa não seja uma opção apenas e sim um conjunto de gostos variados e de muitas áreas de interesse. Além do mais não abdiquei das artes, só trabalho numa coisa diferente!

E gostaria muito que cada um nesta cidade se concentrasse na sua vida e não na dos vizinhos, porque grande parte da mudança poderia, eventualmente, partir daí. Já se sabe que para um campo ser verde, cada erva por si só tem que ser verde e concentrar-se nisso para que o todo resulte como verde… se cada uma decidir ser amarela ou azul não há um consenso … e todos nós no fundo queremos o mesmo, uma cidade mais saudável a nível de relações sociais!

13a

quinta-feira, julho 13, 2006

Os efeitos milagrosos de 6 descafeinados/dia

IN_utilidades muito mais IN que úteis

Pareceu-me demasiado brusco começar com ‘estou indignada’ e por isso disfarço com este texto prévio, bastante reles mas que permite que essas sejam apenas umas palavras depois das duas primeiras…

Mas a verdade é que estou indignada com algumas notícias que tenho visto pelos jornais e respectivas revistas. Não é muito importante pôr aqui os artigos (até porque me parece inútil) mas posso dar uma pequena ideia de uma em particular que me deixou indecisa entre o rir ou a tristeza por haver tantos esforços num sentido tão sem interesse.

Uma Universidade Americana (só podia ser!) fez um estudo, durante alguns meses, e chegou á (brilhante) conclusão de que se uma mulher (o estudo foi feito em mulheres) beber 6 descafeinados por dia reduz em 33% a possibilidade de vir a ser diabética!

E eu pergunto-me…‘ que raio de conclusão é esta? ‘‘o que se pretende com isto? ’

É que nas minhas contas 33 nem é assim tanto que me pareça merecer o esforço que teria de fazer para beber 6 descafeinados por dia! Se reduz em 33% as possibilidades de uma pessoa normal, ainda deixa 67% dessas possibilidades… (sejam elas quais forem)

Bom mas a minha indignação reside no facto de terem feito um estudo tão estranho, tão bizarro. Um gasto enorme de energias e recursos para uma conclusão tão …??? Nem sei! É que, pelo menos a mim, esta conclusão magnífica não me motiva, não me leva a beber 6 descafeinados por dia.

13a (indignadíssima)

quarta-feira, julho 12, 2006

Reflexões temáticas...

E podemos iniciar aqui aquele documento que existiu sempre em qualquer um dos computadores que já me passaram pelas mãos, ou, antes desse tempo, por qualquer caderno foleiro que me passou pelas mãos. Aquele documento que até existe temporariamente no sítio onde tenho que trabalhar todos os dias… o mítico diário de bordo que insisto em escrever. Um registo estranho de uma vida pacata, que pouco tem para acrescentar, mas que por algum estranho motivo fascina os outros a quem conto as vagarosas novidades (talvez por ser a de um estranho e não a sua própria).

É neste sítio que faço ‘aqueles’ registos (os tais), aquelas reflexões que em muita gente parecem sábias e que a mim me dão uma vergonha tão grande que só as consigo fazer aqui. Com forma de desabafo surdo e que é gostoso porque só tem som na minha cabeça vazia e que mesmo nela se faz baixinho em tom de sussurro e com sorrisinho malandro de vergonha. Aqui posso falar naquelas coisas estranhas que não podem ser lidas em alto porque anexam o fardo pesado da censura moral ou da não concordância geral.

Reflexões temáticas...

Tão típicas de tantos blogs, mas para mim uma coisa estranhíssima que eu adoraria fazer com a mesma desenvoltura que os autores dos ditos. Eu só me aproximo disso na questão do tema, mas a verdade é que normalmente não consigo chegar a conclusões com um certo humor. Fico normalmente naquela situação, mais do que normal, do pensar por pensar.


Preocupo-me com as conjugações de palavras mais harmoniosas, ou seja, organizo os pensamentos com palavras mais elaboradas ou que me parecem na altura mais esclarecedoras mas sem chegar a lado nenhum (e isto apenas no plano das tentativas, visto que talvez seja demasiado ambicioso falar aqui de harmonias). E isto causa-me estranheza e, sem querer usar a palavras mais brusca, mas tendo necessariamente que o fazer, sinto ciúme daqueles que chegam facilmente a conclusões sobre os temas escolhidos e esclarecem aí as suas dúvidas. Devo confessar que sempre ambicionei isto. Isto de chegar a algum lado. Durante alguns anos acreditei que o fazia escrevendo, mas agora que leio o que foi escrito devo dizer que essa clareza mental que me dominava depois de escrever, se devia única e simplesmente ao facto de ficar absolutamente relaxada e calma… porque conclusão, conclusão agora vejo que não há!!!

Porque se, em tom de desespero, busco em textos antigos o que escrevi, não me esclarecem em nada, e não são os manuais lindos e maravilhosos que me parecia a mim que estava a escrever, enquanto o fazia. E olho para estes blogs e penso, ‘esta gente está safa’. Estes senhores sim!, sabem o que fazer para prevenir situações futuras, não são como eu que registam sem parar, eles tiram conclusões para poder alcançar algo, são científicos na sua vida… eu não! Pelos vistos sou apenas uma idiota que vive, dando força ao lado esquerdo, que contém menos razão, e que depois escreve, escreve, sem objectivo no registo e apenas para saborear novamente a emoção.

13a

... e nasce mais um!

In_útil

O blog que não tem (absolutamente) nada de novo a acrescentar!